VALSA

Um descuido e fere o arame
Posto para não passá-lo
Fere a espada os quatro dedos
Outro destreinado vassalo
Não sei ser cauteloso
Não sei sê-lo
Infanto e inato teimoso
Exonerado em desapego
Que de tudo nada de mim te falte
E ainda possa me falar bem perto
Se não ver-te de que me vale
O calor do céu e o frio do inferno?
Não saber a dose, me resvala
Exagerado e fora de época
Minha razão no peito estala
Ecoa muda, retrata às cegas
E ainda que a autoria feneceu
essa valsa de próprio punho
Não aceite nunca o meu adeus
Não tem moldura, é só rascunho
Muda o meu pensar de ti
Imundo eu!
Ou mude-se de dentro mim, assim
Que na  mudança me leve seu
Ou tua herança será o fim
Do que era guia e perambula louco
Queres ter um pouco de mim
Então não negues receber-me todo!


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