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Meu coração é um vagabundo solitário. Dorme em qualquer pátio. Oferece sua mão. Meu coração não tem coração. Deixa um pouco dele em cada um. Como a memória de uma canção.
Meu coração já apanhou de muita gente. As vezes dormindo, indigente. Coração com um sentido que não sente. Errante e incompetente. Não consegue fazer escolhas. Sofre as vezes, á toa.
Meu coração adora rabiscar em algumas folhas. Mas o outono nunca cai no esquecimento. Sabe que não importa quantas folhas há que estão escritas. A questão éque todas são levadas pelo vento da vida.... um dia.
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A próxima poesia foi escrita enquanto trabalhava no shopping vendendo joias. Eu trabalhava na parte da manhã e na fase em que eu estava, a falta de movimento na loja me levou a escrever um pouco. Com vc, A Gaiola:
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A gaiola não é lugar para viver
Na gaiola falta ar pra respirar
Na gaiola não resplandece nosso ser
Pelas grades da gaiola coloco meu rosto
Não me encontro e não enxergo além.
Fico aquém e quieto
Agarro as barras, sinto as amarras
A gaiola é só paredes e teto
E a alma fica presa numa caixa
e mesmo que entre luz de dia
Tudo que ela toca é só uma gaiola vazia
De madrugada a gaiola esfria
o lugar tem sua própria temperatura
Dentro dela o infinito tem limites
e vc não voa mais alto que a própria altura
A gaiola não é hora nem lugar
A gaiola não é lugar para vc
A gaiola foi criada para fugir
A gaiola que existir
Acredite
é uma barreira a vencer
Para sair da gaiola
só é preciso saber a hora
Para sair da gaiola
o que está dentro, doendo
precisa de força e voar para fora
A gaiola não abre portas, portanto,
não espere
Sua fuga começa agora
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